As maiores curiosidades da trajetória de Chaves e seu criador, Roberto Bolaños
É raro ver várias gerações de latino-americanos comovidos pelo mesmo motivo. A morte, aos 85 anos, de Roberto Gómez Bolaños, o criador de um dos maiores ícones da nossa cultura, é um deles.
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Há pessoas a quem não podemos deixar morrer. Não é porque a pessoa não tem o direito de fazê-lo, mas porque o trabalho que deixa para trás de si há muito deixou de pertencer a ela, e de alguma forma, sempre estará viva. É o que acontece com Chaves. A pessoa, escritor, diretor, produtor, compositor e ator de televisão e cinema Roberto Gómez Bolaños, faleceu aos 85 anos em sua casa em Cancun, no México, depois de sofrer várias doenças por um longo tempo. Mas sua obra permanece aqui, intacta, nos corações de não um, mas de várias gerações de latino-americanos que a tem como se fosse deles.
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O que conseguiu Chaves não foi pouca coisa. Sua obra marcou para sempre a história da televisão e da cultura de massa neste continente. E, nesse sentido, fazia todo o sentido o apelido dado a ele de “Little Shakespeare” por um um colega de trabalho, porque os personagens e histórias criadas para os latinos têm o mesmo nível de universalidade que as criadas pelo homônimo Inglês. Chaves e sua obra nos pertencem.
SEM QUERER QUERENDO
Roberto Gómez Bolaños começou no mundo da publicidade como criativo, e daí saltou para a televisão como roteirista durante o início da década de 1950. Naquela época também começou a escrever para o cinema, para a dupla de comediantes Chip e Capulina, com quem ele chegou a participar como ator em filmes.
Foi então quando o diretor Agustín P. Delgado deu-lhe o apelido de Chespirito, diminutivo em castelhano de Shakespeare, uma brincadeira por conta de sua baixa estatura e talento para escrever histórias. Provavelmente não sabia disso a aquela altura, mas o apelido não poderia ser mais perfeito. No início dos anos 1960 já estava estabelecido como escritor nos dois programas mais assistidos no México: Cómicos y Canciones e El Estudio de Pedro Vargas.
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Seu talento o levou em 1968 a receber uma oferta da então nascente Televisão Independente do México, com a qual todo escritor sonha: meia hora semanal no ar para fazer o que quisesse. Assim nasceu o primeiro programa: Los Supergenios de la Mesa Cuadrada. Em 1970 que aumentaram o tempo no ar para uma hora.
E então veio o programa Chespirito com o personagem Chapulin Colorado. Um ano mais tarde, foi incluído o esboço de Chaves, um personagem inspirado, segundo explicou ele em uma entrevista, em um caderninho de rabiscos de um engraxate, o qual conheceu em Acapulco (México), que sonhava em um comprar um sanduíche de presunto. O quadro foi tão bem sucedida que tomou conta de todo o espaço.
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Embora, sem dúvida, Chaves e Chapulin Colorado fossem seus dois personagens mais míticos, Chespirito também criou outros aos quais todos nós nos lembramos com carinho, como o Dr. Chapatín. Sobre o uso recorrente de “Ch” nos nomes dos personagens, ele explicou em uma entrevista que é porque era as letras mais usadas nos palavrões mexicanos.
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O talento inegável de Chespirito para a escrita é também acompanhado por dois fatores, que sem dúvida, contribuíram para o seu sucesso: a força que já existia na indústria da televisão no México e o talento dos outros atores com quem trabalhou, como Ramón Valdés , María Antonieta de las Nieves, Carlos Villagran, Rubén Aguirre, Edgar Vivar e Florinda Meza, sua parceira e mulher até hoje.
ISSO, ISSO, ISSO…
O Chaves é provavelmente o personagem mais popular da cultura de massas latino-americanas da ficção. E o impacto que teve foi tal que ainda hoje, enquanto o mundo latino fala da perda de Chespirito, em algum lugar do mundo alguém o está assistindo.
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El Chavo del 8, o nome original, foi exibido no México entre 20 de junho de 1971 e 1º de janeiro 1980, como um programa independente, e até 12 de junho de 1992 como parte do show de Chespirito. No entanto, ambos os programas continuaram a ser transmitido em vários países ao redor do mundo durante esses 41 anos, e ainda são populares com o público de todas as idades. Estima-se que El Chavo del 8/ Chaves é visto diariamente por mais de 111 milhões de pessoas em todo o mundo (o mesmo número de pessoas que assistiram ao Super Bowl deste ano, por exemplo). E sim, todos os dias.
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O público de não-hispânicos que assistem ao programa está em diversos países, incluindo os EUA, Canadá, Austrália, Brasil, Portugal, Itália, Coreia do Sul, Grécia e Japão. A revista Forbes diz que Chaves é o órfão latino-americano mais popular e rico. E os números provam: desde que deixou transmitida, em 1992, Chaves gerou um número estimado de mais de 1.700 bilhões de dólares para Televisa, que detém os direitos de transmissão de vendas da série. Em direitos não televisivos (que incluem produtos como brinquedos, guloseimas e até mesmo videogames), a marca gera um valor estimado de 24 milhões dólares americanos por ano.
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